Olhar Por Braga!

2007-01-31

EU É QUE SOU O ‘PLESIDENTE DA JUUUNTA’!


Tenho assistido com algum espanto, mas sem surpresa, à forma como a maioria dos Presidentes de Junta de Freguesia se ocupam tanto de trauliteirice partidária em vez de reflectirem e trabalharem seriamente pela sua freguesia. Isto a propósito dos abaixo-assinados a que se dão ao trabalho (ou melhor, que alguém se dá ao trabalho de o fazer por eles!) de elaborar contra meras propostas de alguns vereadores, neste caso do PSD.

Dizem estudos universitários que há uma grande info-exclusão destes autarcas, mas julgo que o problema é mais grave, é mesmo um problema de iliteracia! Das duas uma, ou não conseguem ler e interpretar um simples texto ou pura e simplesmente não têm personalidade nenhuma, não querem pensar pela sua cabecinha e estão-se ‘borrifando’ para os verdadeiros interesses da sua freguesia.

Qualquer leigo (politicamente falando) percebe o que é de interesse e o que trás vantagens para uma freguesia, sabe o que quer dizer informar, o que quer dizer transparência, o que quer dizer consulta, o que quer dizer proposta, etc., etc. O que os Senhores Presidentes de Junta sabem é que “desconfiam da intenção” de tais propostas, mas o que sempre ouvi dizer é que quem é desconfiado não é certo!

É óbvio que os Senhores Presidentes de Junta não são visionários, são desconfiados e o verdadeiro objectivo parece não passar pelos interesses da freguesia mas sim pela obediência cega à caciqueirice e prepotência – não do Partido Socialista bracarense (como disse o PSD), que tem gente boa, mas – do líder camarário e seus tentáculos, estrategicamente colocados em órgãos (ditos) de informação, no meio associativo (reformados, IPSS, desportivo, …) e nalgumas juntas de freguesia, com Gualtar a ponta de lança, cobrando com a pequena obra aqui e ali, com o subsídio, com o apoio para a sede, mas sempre com retorno “à cabeça”.

Como me confessava um Presidente de Junta das minhas relações, quando do primeiro abaixo-assinado, justificando-se, disse não ler o que assinou, apenas o Senhor Nogueira lhe pedira que assinasse que nada perderia, antes pelo contrário… Palavras para quê?! Se a regra é esta, e ao ritmo que o líder do PSD apresenta propostas, o melhor será os Senhores Presidentes deixarem na Câmara uma resma de folhas assinadas em branco para os abaixo-assinados que por aí vêm, caso contrário o Senhor Presidente da Câmara vai ter que admitir mais um motorista e adquirir uma viatura para tornar eficaz o processo!!!
Ah! E o protagonismo dos proponentes está garantido! Tenham dó dos munícipes.

2007-01-22

Para que a ida ao THEATRO não seja um CIRCO!


Recebo regularmente do Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Braga informação em catadupa, das diversas actividades que decorrem no município, e que aquele gabinete diligentemente espalha, por via electrónica, fazendo crer que há hiperactividade na CMB.
Da pequena parcela que efectivamente a CMB tem responsabilidade, está a programação do Theatro Circo. Numa dessas missivas promocionais refere taxativamente que “… podem ser adquiridos nas bilheteiras do Theatro Circo das 10h/19h de terça a sexta, das 13h/19h aos sábados e nos dias de espectáculo até uma hora após o seu início.”

Ora meus amigos, o Theatro Circo ao disponibilizar bilhetes até uma hora após o início do espectáculo está a fomentar precisamente o oposto daquilo que devia ser um hábito e um critério de rigor para quem vai assistir a um espectáculo – que depois do seu início ninguém mais pudesse entrar na sala, perturbando aqueles que querem assistir e aqueles que fazem o próprio espectáculo!
É impressionante a falta de educação nas salas de espectáculo portuguesas, e falo daquilo que conheço desde Lisboa, Porto e agora em Braga, no Theatro Circo, que meia hora depois de um espectáculo se ter iniciado ainda cheguem pessoas, incomodem quem já está instalado e atento ao decurso do espectáculo, produzam ruído que por vezes impedem que se percebam pormenores de execução (e não estou só a falar da área clássica) e muitas vezes amuam por mostrarmos insatisfação face à ocorrência!

A direcção do Theatro Circo tem a obrigação de não permitir que tal aconteça, e para isso não pode fazer anúncios e práticas como a que acima citei. A venda de bilhetes tem que terminar alguns minutos antes do início do espectáculo e quem chegar depois do seu início só deve poder entrar no intervalo. É assim que acontece nos países “civilizados” (culturalmente educados, se preferirem…). A esse critério de rigor devem ser acrescentados outros como o desligar os telemóveis e outros aparelhos que emitam sinais sonoros, como não comer ou beber na sala, entre outras que até parecem despropositadas mas que infelizmente revelam uma falta de civismo gritante. Os empregados que circulam na sala de espectáculos devem ter poder para convidar os prevaricadores a saírem, ou não entrarem fora de horas.

O Theatro Circo tem a obrigação de promover o civismo e proteger os seus clientes proporcionando qualidade no espectáculo e naquilo que o envolve. Compreendo que é preciso ter alguma coragem para deixar à porta o Senhor Doutor A ou Senhor Presidente B, mas se o fizerem mais cedo ou mais tarde, todos vamos agradecer. Fico à espera…